Nilma Lino Gomes é mineira, graduada em Pedagogia e mestra em Educação pela UFMG com a dissertação intitulada "A trajetória escolar de professoras negras e a sua incidência na construção da identidade racial - um estudo de caso em uma escola municipal de Belo Horizonte" e doutora em Antropologia Social pela USP com a tese intitulada "Corpo e cabelo como ícones de construção da beleza e da identidade negra nos salões étnicos de Belo Horizonte". Fez seu Pós-doutorado em sociologia pela Universidade de Coimbra em Portugal. É professora da Faculdade de Educação da UFMG e integrante da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros – ABPN – e foi também membro do Conselho Nacional de Educação no período 2010-2014, designada para a Câmara de Educação Básica.
Foi a primeira mulher negra a ocupar o cargo mais importante de uma universidade federal no Brasil: Em 2013 e 2014 foi reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira – UNILAB. Em janeiro de 2015, deixou essa função para ser Ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR/PR – que com a reforma administrativa de setembro de 2015, foi incorporada ao recém-criado Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, do qual a esteve à frente até 2016.
Recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira: "Desde 2004, foram muitos relacionados às suas inúmeras pesquisas sobre questões raciais e educação. Apenas no ano de 2016, ganhou o prêmio Efigênia Francisca, dado pelo Conselho de Promoção da Igualdade Racial; o diploma de Honra ao Mérito, dado pela Câmara Municipal de Belo Horizonte; Diploma Abdias do Nascimento, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e a Medalha Zumbi dos Palmares, pela Câmara dos Vereadores de Duque de Caxias."
Suas publicações incluem livros e artigos cientificos destinados ao público universitário e narrativas de ficção voltadas para crianças e jovens, todos referentes às questões raciais:
Entre O menino coração de tambor. (2013); Práticas Pedagógicas de Trabalho com Relações Étnico-Raciais na Escola na perspectiva da Lei 10.639/03. (2012); Betina (2009); Literaturas africanas e afro-brasileira na prática pedagógica. (2008), com Iris Maria da Costa Amâncio e Miriam Jorge; Sem perder a raiz - corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. (2006); O negro no Brasil de Hoje. (2006), com Kabengele Munanga; Um olhar além das fronteiras: educação e relações raciais. (2007); Tempos de Lutas: As ações afirmativas no contexto brasileiro. (2006); A mulher negra que vi de perto. (2003). Além disso, organizou junto a outros autores cerca de outros 15 livros.
Tive o prazer de conhecer seu trabalho através do artigo "O movimento negro e a intelectualidade negra descolonizando os currículos", inspirado em uma palestra que ela realizou na universidade de Brasília em 2016 em que, entre diversos pontos necessários, ela traz "o Movimento negro como um produtor e sistematizador de saberes" através "de sua ancestralidade, memória e lutas por emancipação". Referência: http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/368-nilma-lino-gomes
Texto por: Michelle Martins