Vozes Negras: Milton Santos

Milton Almeida dos Santos (1926 - 2001) nasceu em Brotas de Macaúbas, na Chapada Diamantina (BA).

Geógrafo, escritor, cientista, jornalista,

advogado e professor universitário brasileiro.

Destacou-se por seus trabalhos em diversas áreas da Geografia, em especial nos estudos de urbanização do terceiro mundo, o capitalismo, a globalização e as desigualdades sociais. Milton rompeu paradigmas, não apenas pelos pensamentos "fora da curva", mas por ser um homem negro inserido em um intelectualidade predominantemente branca.

Com o golpe militar de 1964, o pesquisador foi preso por 90 dias em um quartel do exército. Ao ser solto, conseguiu negociar a saída do Brasil. Passou os 13 anos seguintes entre os países França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela, Tanzânia.

Ao retornar do exílio, em 1978, publica um de seus muitos títulos, o livro "Pobreza Urbana", servindo de contribuição à diversos estudos, não só voltados à ciência geográfica, mas à estudos políticos e sociais.

O texto é estruturado em três abordagens, sendo elas: entender a pobreza (algo aqui considerado um tanto trabalhoso); a identificação para as possíveis causas da pobreza; e na terceira são trazidos alguns aspectos, em nosso espaço, que evidenciam o impacto da relação pobreza sobre a população – enriquecidos com imagens que revelam tal realidade.

Milton Santos morre em 2001, deixando cerca de 40 livros publicados e uma relevância inquestionável no Brasil e nos meios internacionais. Conquistou, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud, o Nobel de Geografia, sendo o único brasileiro a conquistar esse prêmio e o primeiro geógrafo fora do mundo Anglo-Saxão a realizar tal feito. Além dessa premiação, destaca-se também o prêmio Jabuti de 1997 para o melhor livro de ciências humanas, com “A Natureza do Espaço”.

Por: Clarice Uli